lunedì 29 marzo 2010

AMBIENTE: 2010: ano internacional da biodiversidade?


Na Rio 92, Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, foi instituída a Convenção sobre a Diversidade Biológica (CBD). Este tratado representa um dos instrumentos internacionais mais relevantes na definição de marcos legais e políticos que orientam a gestão da biodiversidade mundial. Todos os países signatários da CDB comprometeram-se com os objetivos relacionados à conservação da biodiversidade, o uso sustentável de seus componentes e a distribuição equitativa e justa dos benefícios advindos da utilização dos recursos genéticos.

Considerando a biodiversidade como a variedade de vida e processos naturais na terra, a sua perda implica no impacto direto nas relações e funções ecossistêmicas, como a qualidade da água e do ar, a regulação do clima, a prevenção das erosões e outros benefícios. Os alimentos e medicamentos também dependem diretamente destes serviços o que confirma a relevância da biodiversidade para a sobrevivência da espécie humana.

Diante da crescente urbanização, desmatamento, práticas agrícolas e poluição, a ameaça à sustentação da saúde do planeta tornou-se questão prioritária nos debates internacionais. Em 2002, na Conferência de Joanesburgo, a CDB propõe novas metas e os dirigentes estabelecem objetivos concretos para interromper a perda da biodiversidade até o ano de 2010.

Este reconhecimento e preocupação influenciaram mobilizações internacionais que adotaram o ano de 2010 como prazo final para o resultado de ações para reduzir este impacto. Membros da União Européia fixaram novos objetivos e a não-governamental IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza) inicia o programa Countdown 2010, para que os países conservassem ao menos 10% de seus principais ecossistemas. A campanha foi lançada em 2004 durante a Conferência da Europa sobre Biodiversidade na Irlanda, atualmente conta com 150 sócios, entre eles governos nacionais e locais, ONG’s e empresas privadas de todo o mundo. Desta forma a Organização das Nações Unidas (ONU) declara 2010 como o Ano Internacional da Biodiversidade e assim, em contagem regressiva, o planeta busca a mobilização da comunidade internacional em torno da riqueza e da fragilidade da diversidade biológica frente à ação humana.
Antes da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 15), realizada em dezembro passado em Copenhague, estudos indicavam que mais de um quarto das espécies animais se extinguiram desde 1970 devido a ações humanas e que o Índice de Vida no Planeta (LPI) caiu em 27%. Múltiplas atividades econômicas demandam mais recursos energéticos e o conseqüente desmatamento, desertificação e emissões de gases causadores do efeito estufa continuam matando flora e fauna em todo o mundo.

Estamos em 2010, os objetivos não foram alcançados e o desaparecimento de espécies continua. Hoje os governantes mostram-se preocupados e já iniciaram as propostas para a décima Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas, na cidade japonesa de Nagoya, em outubro. Entram na pauta das discussões: nações megadiversas, aprovação de regime internacional de acesso e repartição dos recursos da biodiversidade, financiamento para mais pesquisas e a IUCN sugere prazo para 2020 com mais trinta anos para realizar reparações. O interessante é que a conservação da natureza e a emergência na luta contra o relógio contraditoriamente ainda não estão no foco. E assim recomeçamos a contagem.


Débora Costa, Eva, Flaviana, Letícia e Sofia.