lunedì 26 aprile 2010

DESASTRES URBANOS EM ZONAS COSTEIRAS, EVITÁVEIS OU NÃO?




Vivenciamos em várias partes do planeta muitos desastres urbanos em zonas costeiras, uns ligados a fenômenos naturais e outros à própria maneira humana de conduzir seu desenvolvimento social.
Observando mundo afora, encontramos os mais diversos tipos de tragédias naturais em áreas costeiras como tsunamis, terremotos, ciclones, desabamentos, deslizamentos, entre outros. O enfrentamento dessas tragédias diverge conforme as particularidades locais e, cada sociedade que é vítima, reage de sua própria forma. Particularmente no Brasil, vivemos numa área do planeta relativamente tranqüila no que tange às tragédias envolvendo fenômenos naturais, onde nos deparamos com um curioso ponto de convergência bem peculiar nas calamidades urbanas: somam-se os efeitos das ações naturais aos desleixos administrativos que em algumas grandes cidades ficam mais evidentes, principalmente nas áreas menos estruturadas e negligenciadas pelas políticas públicas.
A natureza segue seu ciclo de evolução, mas ela não deixa de responder às agressões sofridas em busca do próprio equilíbrio. Dois exemplos recentes em terras brasileiras puderam ser observados nas cidades de Angra dos Reis e Niterói, estado do Rio de Janeiro, onde a força das chuvas acabou por provocar desabamentos e deslizamentos de terra em vários pontos causando um número espantoso de desabrigados e mortos. Mas, se não tivessem construções naquelas áreas teríamos tantas vítimas? Estamos ocupando de forma correta os espaços urbanos? Estamos realmente desenvolvendo toda uma sociedade de forma sustentável?
Pensando um pouco mais, tais acontecimentos poderiam ser evitados se fossem respeitadas as normas que são preconizadas no plano diretor. O ordenamento do uso do solo e a prevenção são possíveis, porém trabalhosos, basta seguir o exemplo de países como o Japão onde seu know-how, aliado à tecnologia, respondem de forma mais efetiva aos distintos tipos de sinistros, seja um terremoto, um tsunami ou um tufão. Aquele país, devido a seu desenvolvimento na área de prevenção e ao respaldo internacional de que goza, estruturou uma política nacional sistêmica, com bases científicas e uma gestão multidisciplinar integrada com um planejamento de curto, médio e longo prazo.
No Brasil, grande parte das cidades não põe em prática seus planos diretores ou simplesmente não os possui. Como cidadãos, temos que cobrar dos administradores públicos as intervenções necessárias porque precisamos priorizar os bens mais preciosos que são nossas vidas e todo o habitat em que vivemos, para não comprometer as gerações futuras. Até quando vamos testemunhar tantas mortes que poderiam ser evitadas? Afinal de contas não somos estatísticas, mas pessoas reais com suas histórias, famílias e sonhos.



Débora Costa, Flaviana Rosa, Michael Chinelato, Samuel Silva e Sofia Burioli.